Mais
um daqueles dias em que eu acordo como se estivesse me salvando de um
afogamento. Susto! Olhos arregalados! Respiração ofegante! Um mergulho profundo
em algum universo qualquer, bem diferente da crueza dessa realidade chata. Tudo
aqui é tão palpável, tão certo e irritantemente real. Talvez seja essa a minha
alergia, a minha aversão: a realidade. Nada pode ser mais tenebroso do que as
amarras que me prendem aqui, nesse chão sofrido, cuspido, tão árido quanto o
meu quarto solitário. Minha vida. É uma ansiedade por mais, um mais que nunca
chega... Até que eu resolvo deitar minha cabeça no travesseiro, e embarco no
cruzeiro dos meus sonhos. O mar é meu, desenhado pela minha imaginação,
certamente formando figuras que eu nem sei se existem. Isso não importa. Elas estão
ali, no meu devaneio. Feliz eu sou ao encontrar comigo mesmo, com eles, com
elas, com “istos” e “aquilos”, tudo o
que eu preciso pra não pirar nessa maldita realidade. Durante o dia, eu consigo
parar uns minutos e viajar em mim, mas nada se compara às melhores voltas do
relógio do meu tempo. Muitos dizem que vivem enquanto estão de pé, com luz nos
olhos e rotina na agenda. Eu não. Pra mim, o intervalo entre acordar e dormir
não vale mais do que aquele entre dormir e acordar.
IMAGEM: http://info.abril.com.br/images/materias/2012/05/cade-a-nuvem-20120502081508.jpg
Um comentário:
É incrível como eu sempre encontro inspiração por aqui...^^
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