De repente, uma vontade
incontrolável. Os dois começam a se trocar, os beijos fervem, a saliva banha os
corpos de feitiço e pecado. Doce pecado! Se há público, adeus. Mãos, dedos,
desejos, tudo misturado em um só caldeirão. Caldeirão das descobertas, do
aprendizado, da pedagogia mais sacana. Eles entram sem fazer barulho, gritando
por dentro, medindo os passos na escada por fora. Entram no quarto. Chega de
pudor! Arrancam as roupas feito papel, tiram a camisinha da gaveta e se
deliciam no outro, se bebem, manjar. A transa da vida, que sempre se repete.
Joga emoção, medo, tesão, cabum!!!!! Nada de gritos! O papai pode acordar!
De repente, as pernas se roçam
sob a mesa. Os olhos incandescem, um código que só eles entendem. A vontade
súbita de ir ao banheiro, de ir ali fora, de sair dali. Pronto, inventam uma
história e entram no carro. Ele dirige, ela dirige. Guiando o carro e as coxas,
chegam ardendo ao apê. Abre a porta. Fecha. Agora o mundo é deles. Vestido no
chão da sala, camisa na maçaneta, hormônios por todo o canto. Tudo vira cama, a
cama vira de cabeça pra baixo. Eles vêm, vão, vêm, vão, não para. Pra quê
parar?
De repente, alianças. Deus já deu
a permissão. Reproduzam, filhos meus! Eles obedecem, ora! Muito pano entre os
dois, a cor nem tranqüiliza. A noiva pede uns minutos, pro noivo, uma
eternidade. Abre-se a porta do paraíso, o que no mundo real chamamos de porta
do banheiro. Ele, bela, fera, linda envolta nos panos leves de amor e respeito.
Ele aguarda, a recebe, a possui. Com todos os requintes de beleza, o momento
pede. Uma hora as pétalas de rosa ficam de lado, e o mel escorre pelos dois, lambuzados.
Lua, banha esse embrião de família, doce quanto a luxúria.
De repente, De repente, um
bercinho ao lado, um berro. Sim, crianças choram, bebês choram muito. Hora de
nanar. Lá vai a mãe, segurar no colo o tesourinho. Dá de mamar, canta pra ele
dormir. Algum tempo depois, um anjinho. São duas da madrugada, os pais pedem
arrego. Hora do recreio pra eles! Papai, mamãe... Tempo pra criar sempre há,
mas rotina pra atrapalhar também há. Quase sempre vence. O jeito é brincar de
pira-se esconde nos lençóis, sem gritar. Escondidos, adolescentes outra vez, se
tocam, se beijam, se fundem. Nada de gritos!!! O bebê pode acordar!
IMAGEM: http://1.bp.blogspot.com/_bf_ml-szaN0/TIVvBndf9cI/AAAAAAAAAMI/UPhdoThtzqw/s400/Pes+na+cama2.jpg
Um comentário:
Tô precisando de coisas assim! Hehe.
Tô seguindo! Gostei daqui.
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Uma ótima semana.
Beijos!
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